Instituída desde 2003 pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a campanha Setembro Amarelo busca incentivar estratégias de conscientização sobre a temática da valorização da vida. Nesse sentido, especialistas da Clínica Madria, de Passo Fundo, defendem a importância da pauta e afirmam que o primeiro passo para superar momentos difíceis é entender quando pedir ajuda profissional.
Para a médica psiquiatra, Dra. Ana Claudia Leichtweis, o contexto preconizado pelo setembro amarelo precisa ir muito além de “frases bonitas” e fugir do estigma de “ser feliz a qualquer custo”, mas sim, servir de convite às pessoas de que não precisam enfrentar sozinhas aquilo que está difícil demais.
“A vida é valiosa, não porque é sempre perfeita, mas porque cada pessoa carrega em si uma história única, insubstituível. Quando alguém pensa em desistir, o que ela de fato está pedindo não é o fim da vida em si, mas o fim da dor que parece insuportável. E isso precisa ser ouvido com respeito, acolhimento e sem julgamentos”, explica a profissional.
Na mesma linha, a psicóloga da Clínica Madria, Marina Lazaretto, pontua que alguns contextos da realidade vivida pela maioria das pessoas, como foco em performance, trabalho e produtividade somados à ausência de tempo de qualidade podem contribuir com casos de depressão, dentre outras doenças.
“Muitas vezes, adoecemos porque entramos em uma vida de cobrança, de insatisfação, de nunca estar se sentindo realizada, então a gente tem debatido criticamente muito isso dentro do setembro amarelo, para que as pessoas possam estar atentas também à sua saúde mental nesse mundo que está posto e a forma como a gente vive”, destaca.
A Dra. Ana Cláudia afirma que um dos pontos cruciais para enfrentar situações difíceis é saber identificar o momento certo de procurar ajuda.
“Pedir ajuda é um ato de coragem. Procurar um profissional de saúde ou conversar com alguém de confiança, pode ser o primeiro passo para reencontrar sentido. A psiquiatria não existe apenas para tratar doenças, mas para resgatar projetos, esperanças e a possibilidade de voltar a respirar aliviado”, pondera a médica psiquiatra.
Não encontrar formas de dar nome para a dor é um dos fatores que culminam em casos de suicídio, conforme explica a psicóloga Marina. Segundo a profissional, isso pode ser evitado quando, ao identificar que precisa de ajuda, a pessoa passa a falar sobre isso e compreender os caminhos para lidar com a situação.
“Quando nos relacionamentos com alguém, quando conhecemos a nós mesmos, quando temos tempo para cuidar da gente, tudo isso são estratégias para enfrentar essa condição, por exemplo. Se a gente conseguir fazer isso, certamente não chegaremos a uma situação extrema”, conclui a psicóloga.
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